quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Histórias da Casa Branca: um Presidente mais agressivo

TEXTO PUBLICADO NO SITE TVI24.PT, A 12 DE FEVEREIRO DE 2013:

«Na tomada de posse, a 21 de janeiro, Barack Obama enunciou uma agenda mais ideológica do que se esperava para o segundo mandato. 

E muitos até estranharam que o Presidente tenha extravasado o registo abrangente que uma inauguração geralmente comporta, para avançar para assuntos com uma carga política muito acentuada (controlo de armas, imigração, alterações climáticas, direitos das minorias).

No discurso sobre o Estado da União desta terça-feira, Obama deverá reforçar essa carga ideológica e vai aproveitar o «cara a cara» com o Congresso de maioria republicana para sinalizar: «Eu sou o Presidente e as eleições têm consequências». 

O discurso de posse já tinha enunciado as prioridades. O «State of the Union» deverá reforçar um Obama a marcar o tom político nos próximos anosPode parecer um aviso redundante, mas tendo em conta o comportamento do partido rival do Presidente, acreditem que não é: «Continua a haver um número surpreendente de republicanos que parecem pensar que as eleições não interessam, que estão prontos para bloquear a agenda popular que os americanos mostraram apoiar em novembro. A mudança não vai acontecer atrás das portas, nos corredores de Washington. Só poderá acontecer com persistência, com pressão, por parte do Presidente sobre o Congresso republicano e pelo envolvimento permanente de milhões de americanos», comenta Ben LaBelt, antigo assessor de imprensa da campanha de Barack Obama.

A 21 de janeiro, o Presidente já tinha enunciado as suas quatro grandes prioridades políticas para o segundo mandato: reforma da imigração; redução do défice; alterações climáticas e independência energética; «gun control».

No seu quinto State of The Union como 44.º Presidente dos EUA, Barack Obama deverá entrar nas zonas específicas destes grandes temas. 

Os seus assessores libertaram, nas últimas horas, mais alguns pormenores: o Presidente manterá o tom politicamente agressivo para com os seus oponentes republicanos (sem se importar de, com isso, ser rotulado de «mais liberal e esquerdista» do que foi nos primeiros quatro anos na Casa Branca) e vai exortar os congressistas de DC a olharem mais para um aumento de impostos para os mais ricos e menos para cortes na despesa (um dilema que Presidente e Congresso irão enfrentar com particular enfoque nos próximos meses). 

Num recente encontro na Virgínia com congressistas democratas, Obama lançou uma ideia forte que poderá repetir no discurso desta noite: a da necessidade de uma «economia que resulte para todos». 

O Presidente quer aproveitar o Estado da União 2013 para lançar as bases políticas de uma próxima fase de conjunto de medidas que impulsionem os empregos («jobs, jobs, jobs»), ao mesmo tempo que lancem o caminho para a redução da dívida, obrigatória para que se tornear a Fiscal Cliff. 

No último semestre (nos meses que antecederam e sucederam à reeleição), a América continua a criar emprego, mas a um ritmo mensal lento (média de 150 mil postos de trabalho), e ainda insuficiente para recolocar os EUA com uma taxa de desemprego abaixo dos 7 por cento. 

O senador Marco Rubio, da Florida, fará a reacção oficial republicana, imediatamente a seguir à intervenção do Presidente perante os congressistas. Um claro sinal de que a imigração e o controlo do défice serão dois temas dominantes para esta noite.» 

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