quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Histórias da Casa Branca: fantasma de 2000 pode voltar a atacar

SITE TVI24:

"A contagem decrescente já começou e o calendário tem cada vez menos folhas na parede: a 12 dias daquela que tem tudo para ser uma das eleições presidenciais mais disputadas da historia americana, aumentam os receios de que o duelo Obama/Romney nao venha a ter um vencedor claro nas horas seguintes ao fecho das urnas.

«Os dois campos ja estão a preparar um batalhão de advogados, sobretudo no Ohio e na Florida, dois dos estados decisivos onde a eleição está mais equilibrada», observa Jon Meacham, editor da Time e comentador do Morning Joe, da MSNBC, uma cadeia televisiva alinhada com o Partido Democrata.

Será que a eleição de 2012 corre o risco de cair na confusão da Florida/2000, que custou a eleição a Al Gore? Por estes dias, e perante tamanha divisão entre os dois campos partidários nos EUA, a resposta tem mais a ver com fé do que com fatores racionais de análise.

Quem ouça os comentadores da FOX, a bíblia televisiva da Direita americana, acredita que o Presidente Obama está em muito mais lençóis. Minutos depois de ter terminado o terceiro debate presidencial, e apesar das snap polls terem dado uma vitória clara a Obama sobre Romney, Charles Krauthammer, respeitado comentador de tendência conservadora, garantia com um ar zangado na estação de Rupert Murdoch: «Romney ganhou claramente. Claramente!»

Nas ultimas horas, foi libertado um estudo da Time que dá muito boas perspetivas a Obama no Ohio (49/44 na previsão do resultado e 60/30 na sondagem sobre o «early voting» já praticado naquele que será talvez o mais importante território dos chamados «swing states» em jogo).

Mas mesmo perante dados como este, as reações extremam-se. Assessores da campanha de Mitt Romney apressaram-se a fazer passar a ideia de que «os republicanos costumam votar mais tarde» e, como tal, será normal que Obama tenha forte vantagem no voto antecipado.

Como é que o mainstream media na América reage a este tipo de clima? Lisa Desjardins é a correspondente sénior da CNN Radio no Capitólio. Lisa é um exemplo prático de como os jornalistas políticos na América se desdobram, hoje, por diversas plataformas: «Faço varias peças diárias na rádio, escrevo no meu blogue e também entro na emissão televisiva da CNN», conta.

A sua longa experiência na cobertura noticiosa do Senado e da Câmara dos Representantes faz-lhe emitir a sentença: «Não me lembro de um momento tão tenso como este».

«Nos primeiros tempos», observa a jornalista, «um Congresso politicamente dividido é bom, porque há sempre novidades. O problema é que chegámos a uma situação extrema, de impasse e paralisação, sobretudo depois do controlo dos republicanos da Câmara dos Representantes. Atingimos um ponto limite».

As atenções mediáticas viraram-se, quase em exclusivo, para as eleições presidenciais. E não são só Obama e Romney que têm andado em permanentes viagens: as estrelas políticas de Washington também se têm juntado aos candidatos presidenciais nos estados decisivos.

Lisa explica: «Para dizer a verdade, os corredores do Capitólio tem estado pouco movimentados nos últimos tempos. Está quase toda a gente fora de Washington».

Há outra explicação para esta aparente contradição: D.C. não é um campo de batalha eleitoral a 6 de novembro, porque Obama vencerá, claramente, Romney na capital dos EUA por larga margem. Tradicionalmente, o distrito de Columbia (não confundir com o estado de Washington, que se encontra na Costa Oeste, junto ao Pacifico), vota nos democratas.

Faltam 12 DIAS para as eleições presidenciais nos EUA."

1 comentário:

olharbiju disse...

Boa tarde Germano.
Como sempre as grandes lutas dos candidatos à Casa Branca.
Romeney, quanto a mim promete tudo o que Obama não conseguiu, mas se ... se ganhar não fará nada daquilo que está a prometer. Quanto a Obama, penso que pegou no país numa altura de grande crise social e económica, e que deveria continuar como presidente para conseguir concretizar p'lo menos mais alguns dos objectivos a que se comprometeu ainda no 1º mandato.
Um abraço, Germano.
Alice